O que é nomofobia? Entenda o medo e ansiedade de ficar longe do celular
Além do desconforto momentâneo, a nomofobia está associada a quadros de ansiedade, estresse, irritação e até dificuldades de concentração. A condição, considerada uma fobia situacional contemporânea, pode afetar o rendimento escolar, os relacionamentos interpessoais e até o bem-estar emocional. O TechTudo conversou com especialistas e eles apontam que, com pequenas mudanças de hábito e ajuda profissional, é possível retomar o controle sobre o uso do celular. Entenda um pouco mais sobre a nomofobia nas linhas a seguir.
De acordo com uma revisão sistemática publicada em bases como Scopus e Web of Science, a nomofobia está associada a diversas alterações físicas, mentais e comportamentais. Ela é mais comum em adolescentes e universitários, populações que utilizam os dispositivos móveis como principais formas de comunicação, lazer e organização da rotina. Em casos mais graves, o problema pode evoluir para quadros de pânico, depressão e compulsão digital.
Os sinais mais comuns da nomofobia envolvem reações físicas e emocionais intensas quando a pessoa se vê sem acesso ao celular. “Ansiedade ao ficar sem celular ou quando ele está com pouca bateria, sensações como taquicardia, falta de ar, irritabilidade, desespero são comuns neste cenário”, explica a psicoterapeuta junguiana Karina Stryjer. Esses sintomas podem se manifestar em situações simples, como esquecer o aparelho em casa ou ficar offline por alguns minutos.
Além dos jovens, pessoas emocionalmente dependentes, com baixa autoestima ou histórico de ansiedade também estão mais suscetíveis à nomofobia. O problema, no entanto, pode atingir qualquer faixa etária, especialmente em uma sociedade hiperconectada, onde o celular se tornou extensão da memória, da agenda e até das relações sociais.
Esse comportamento é reforçado pelas gratificações imediatas oferecidas por redes sociais, jogos e notificações. Estar conectado passa a ser uma necessidade constante, e qualquer tempo desconectado é percebido como ameaça ou perda. Por isso, a nomofobia é considerada uma dependência digital, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como um transtorno que pode comprometer o bem-estar físico, emocional e social.
Outro ponto de atenção é quando o uso do celular começa a prejudicar outras áreas da vida, como o sono, o desempenho acadêmico ou os relacionamentos. Crianças e adolescentes também podem apresentar mudanças comportamentais, como irritação, isolamento e dificuldades de socialização quando estão longe das telas, o que pode indicar o início de um quadro de nomofobia.
Diversos estudos também reforçam que a nomofobia está em fase inicial de pesquisa, mas já é considerada um problema de saúde pública. O Nomophobia Questionnaire (NMP-Q), criado por Yildrim e Correia, é a ferramenta mais utilizada para diagnosticar o distúrbio em diferentes países. O desafio atual é construir estratégias de prevenção e orientação, principalmente para públicos mais vulneráveis, como adolescentes e universitários.
Para complementar, fazer um detox digital gradual, com metas realistas e reduzir aos poucos o tempo de tela, pode ser uma boa medida. Outras alternativas incluem ativar despertadores para programar uma pausa sem celular, ligar para um amigo ou dar uma volta na praça, orienta a Dra. Karina. Alinhando essas dicas à prática de atividades offline, como: leitura, esportes, meditação e mindfulness, os usuários poderão reequilibrar o uso da tecnologia com o bem-estar mental.
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