'Vender a íris' vale a pena? 5 perigos e por que você deve se preocupar
“Venda da íris” para a World ID pode trazer risco à segurança de dados de usuários, principalmente em casos de vazamentos; saiba com o que se preocupar sobre o projeto Vender a íris se tornou um dos assuntos mais comentados após o projeto World ID viralizar no TikTok brasileiro. A iniciativa da empresa World Foundation, que tem como um de seus fundadores o CEO da OpenAI, Sam Altman, busca criar uma identidade biométrica “universal” e está oferecendo recompensas em bitcoins para interessados em disponibilizar o escaneamento do olho. Os valores podem ser convertidos para a moeda brasileira e chegam a R$ 700. Apesar de parecer vantajoso, o procedimento pode trazer riscos.
A World ID garante, em nota divulgada no site oficial, que “os dados recolhidos são imediatamente eliminados” quando usuários pedem a remoção das informações do aplicativo. No entanto, na prática, não há uma forma clara de confirmar como a companhia trata os dados dos escaneados. Além disso, por se tratar de uma transação envolvendo criptomoedas, a instituição afirma que “não é possível, do ponto de vista técnico, apagar esses dados e também não somos legalmente obrigados a apagá-los” caso sejam negociados em uma blockchain pública. Abaixo confira cinco riscos associados à “venda da íris” no Brasil.
🔎 World ID: entenda ‘venda de íris’ em cripto que viralizou no TikTok
👀 150 mil íris escaneadas: entenda projeto de ‘Identidade Global’ da World ID
‘Vender a íris’ vale a pena? 5 perigos e por que você deve se preocupar
Reprodução/World Fundation
🔔 Canal do TechTudo no WhatsApp: acompanhe as principais notícias, tutoriais e reviews
📝 Bitcoin Miner: como sacar Satoshis? Saiba mais no Fórum do TechTudo
1. Perda de controle sobre dados pessoais
Um dos principais riscos associados à “venda da íris” é a perda de controle sobre dados pessoais. A íris deve ser utilizada inicialmente, segundo a World ID, para o desenvolvimento de um sistema biométrico único, que não poderá ser reproduzido digitalmente por nenhuma inteligência artificial. Esse inclusive é o motivo de seu imenso atrativo e investimento. No entanto, existem dúvidas quanto à forma como essa identidade biométrica pode ser utilizada, inclusive para ter acesso a informações pessoais de usuários, que podem ter seus dados vinculados a esse tipo de identificação adquirida pela empresa. Isso acontece porque, ao vender a íris, a World ID adquire a prerrogativa sobre o seu uso e não se pode garantir proteções reais após isso.
O principal risco associado à “venda da íris” é a perda de controle sobre dados pessoais
Marcela Franco/TechTudo
2. Risco de vazamento ou roubo de dados biométricos
Uma vez que os dados de identificação da íris coletados pelo projeto World ID são utilizados para fins de criação de novas tecnologias de validação de identidade, não é possível afirmar, com segurança, o que será feito com eles após o armazenamento. Apesar de a World ID afirmar que todas as íris analisadas para a criação de códigos biométricos são apagadas, ou armazenadas apenas caso o usuário deseje, há falta de transparência no uso dos dados e permanece a dúvida se eles são realmente anônimos e criptografados. Em caso de vazamento ou roubo, a pessoa associada pode ter seus dados acessados por terceiros. Desse modo, não é recomendado a venda de uma informação biométrica confidencial tão importante.
“Venda da íris” conta com risco de vazamento ou roubo de dados biométricos
Mariana Saguias/TechTudo
3. Vigilância em massa
Outro ponto polêmico envolvendo a World ID é a possibilidade de uso das íris compradas para vigilância em massa. As informações de identidade individual coletadas podem ser usadas para a implementação de vigilância de pessoas ou grupos específicos, causando dúvidas sobre métodos de controle social. Para os casos de vazamentos de dados, essa vigilância pode assumir dimensões perigosas, como a oferta de privilégios informacionais ou até casos de exclusão.
4. Roubo de identidade financeira
Um dos principais usos da identidade biométrica através da íris é a proteção de informações ligadas a atividades financeiras recorrentes. No caso da ocorrência de roubo desses dados de segurança informados para uma suposta biometria global, é possível que informações bancárias valiosas sejam acessadas por criminosos. No pior dos cenários, fraudes podem ser cometidas, como solicitações de empréstimos e a realização de operações de compras em cartões sem o conhecimento do detentor da identidade roubada.
5. Fraude eleitoral
A venda do escaneamento da íris pode servir para situações envolvendo fraudes eleitorais futuras. Esse cenário não existe, de momento, no Brasil, já que atualmente o sistema eleitoral do país opera com a impressão digital obrigatória. No entanto, é importante considerar que, com o avanço da tecnologia, torna-se plausível o uso do escaneamento do olho para esse fim. Portanto, com a ampla divulgação dos dados da íris em um sistema eleitoral com seu uso, é possível ocorrerem fraudes, principalmente se houver vazamentos.
A venda do escaneamento da íris pode servir para situações envolvendo fraude eleitoral futuras
Antonio Augusto/Ascom/TSE
Com informações de The Verge, TrustCloud e WIRED.
Mais do TechTudo
Veja também: 6 concorrentes do ChatGPT que você deveria testar
6 concorrentes do ChatGPT que você deveria testar
Fonte: TechTudo
Deixe um comentário